quinta-feira, novembro 30, 2006

Fotos Video-debate sobre a Comuna de Oaxaca






Hoje, 30 novembro, foi realizado um Video-debate sobre a Comuna de Oaxaca.

O video-debate foi uma iniciativa do Comitê de Solidariedade à Comuna de Oaxaca (Fortaleza). É o quarto ato de apoio ao estado do México realizado na cidade. Contou com aproximadamente 80 pessoas (haviam 50 cadeiras disponíveis, e mais algumas pessoas que ficaram em pé) e foi exibido no Bosque de Letras da UFC.

Foram exibidos diversos vídeos (todos curtas), alguns baixados no youtube e outros disponiveis em:
http://mexico.indymedia.org/tiki-index.php?page=MultimediaOaxaca
- Agradecimento à todos aqueles que disponibilziaram suas imagens, e mais ainda, àqueles que tiveram na linha de frente pra capturar os momentos -
Os primeiros videos davam um historico de Oaxaca, o que aconteceu e acontece por lá, e os outros foram mais exibições dos confrontos com a PFP.

Depois de aproximadamente 30min de videos, foi aberta uma grande roda para discussão. O anarquista catalão que havia marcado de comparecer ao debate não pôde aparecer, porém, uma professora que passou um mês em Oaxaca falou de sua experiência naquele Estado; Da forma como as comunidades indigenas atuam e a respeito do poder popular.

O espaço também foi aberto para outras falas; houve distribuição de todos os 460 boletins do Comitê Fortaleza.

Ao final, uma outra rodada de videos foi exibido. Encerrando assim o video-debate.

O Comitê segue pensando novas ações de solidariedade e pretende fazer mais videos-debate

Visite:
www.comiteoaxacafortal.blogspot.com

Após 1 mês da invasão da PFP, a Rádio APPO é entregue em Oaxaca

A rádio APPO (Assembléia Popular do Povo de Oaxaca), como ficou mais conhecida a Rádio Universidade - 1400 (AM), foi entregue agora pela tarde (16:30 - México) ao Reitor da Universidade Autônoma Benito Juarez. A rádio localizada dentro da UABJ e que comunicava direto das barricadas que protegiam os prédios públicos ocupados pela APPO assim como denunciavam as ações da PFP, era protegida também por uma: "a barricada de 5 senhores". Essa havia resistido, mesmo após a ofensiva da Polícia Federal Preventiva (PFP) no dia 2 de Novembro e então surgiu o nome de "barricada da vitória".

No entanto, hoje (29), após um mês da invasão da PFP na cidade, a barricada de 5 Senhores foi desobstruída. Por ver que sem a mesma não havia nenhuma proteção para se continuar transmitindo, os organizadores da rádio preferiram entregá-la ao Reitor da Cidade Universitária, o qual sempre se posicionou contra todas as tentativas de invasão que a PFP fez durante esse tempo. Apesar de que seguem as informações da repressão por outros meios (listas de detidos, feridos e desaparecidos - veja em links), a maior difusora da realidade de Oaxaca foi calada nesta tarde.

A constante repressão nas comunidades zapatistas, a insurreição popular sendo esmagada em Oaxaca e a fraude eleitoral do novo presidente do México, enquanto Vicente Fox (PRI) - atual presidente - se vai, Felipe Calderón (PAN) chega e Ulises Ruiz se mantêm, consolidando um tempo sombrio ao povo mexicano.

Links:: Rádio Zapote | Rádio Universidade | Indymedia Chiapas | Indymedia México | Indymedia Oaxaca | Oaxaca Libre | Página oficial da APPO | Protesto virtual

Editoriais México:: A sétima megamarcha toma as ruas de Oaxaca, México | Paramilitares atacam comunidade zapatista em Montes Azules, Município Autônomo Vicente Guerrero | A segunda batalha de Oaxaca | Protestos recepcionam Felipe Calderón no Brasil


www.midiaindependente.org

domingo, novembro 26, 2006

Cartaz Video-debate sobre a Comuna de Oaxaca 29/nov



Baixe aqui em PDF:

Com o anarquista catalão que já morou em Oaxaca, Ricardo Gines

"Oaxaca é um dos estados mais pobres do México que está em um processo revolucionário há 5 meses"

Data: 29 Novemro de 2006

Local: bosque da letras ufc (av universidade com a av 13 de maio)

Hora: 18h30

Comitê de Solidariedade à Comuna de oaxaca

A sétima megamarcha toma as ruas de Oaxaca, México




Ontem(25), milhares de pessoas saíram as ruas de Oaxaca, México, para protestar pela saída do governador Ulises Ruiz Ortiz (PRI)e da Polícia Preventiva Federal(PFP), e também pela liberação dos presos políticos. Essa foi a Sétima megamarcha convocada pela Assembléia Popular do Povo de Oaxaca (APPO) e atingiu cerca de 6 km de marcha. Nessa convocação o chamado era de cercar pacificamente a PFP, que ocupa desde o dia 29 de Outubro o centro da cidade promovendo uma guerra de baixa intensidade, isto é, detenções arbitrárias, agressão verbal às mulheres que passam pelas barreiras policiais, invasão de casas e interferência na rádio Universidade.

No entanto, a tarde, após a megamarcha se aproximar da PFP no centro, desencadeou-se uma série de repressão que já adentra a noite: muitos detidos, feridos, desaparecidos e casos de torturas. Sabe-se que a polícia atirava com balas de chumbo contra a multidão encurralada na praça da Santo Domingo. Às 21 horas, a APPO convocou a todos que retornassem à Universidade e deixassem as ruas:"hoje a situação é muito grave", reporta a rádio APPO.

Confirmam a morte de três pessoas na área da faculdade de medicina durante um tiroteio agora a noite e a Rádio APPO avisa que está em operação as "caravanas da morte", isto é, caminhonetes brancas com paramilitares fortemente armados. Também não se descarta a hipótese de uma possível intervenção do Exército mexicano. A APPO pede apoio de organizações nacionais e internacionais para fazerem mobilizações condenando essa ação do governo federal que apoia o governo de Ulises Ruiz Ortiz.

Entenda o que está acontecendo em Oaxaca

Fonte: www.midiaindependente.org

sexta-feira, novembro 24, 2006

Video Debate sobre a Comuna de Oaxaca com o anarquista catalão Ricardo Gines



Clique aqui para baixar o modelo para você imprimir

Copie, distribua!

"Oaxaca é um dos estados mais pobres do México que está em um processo revolucionário há 5 meses"

Data: 29 Novemro de 2006

Local: bosque da letras ufc (av universidade com a av 13 de maio)

Hora: 18h30

Comitê de Solidariedade à Comuna de oaxaca

Fortaleza-CE

quinta-feira, novembro 23, 2006

Mais novidades






[Oaxaca] Calendário de Ações da APPO do dia 23 a 30 de Novembro

Calendário

Hoje 22 de novembro já estavam reativadas as brigadas móveis, para fechar as oficinas do governo de Ulises Ruiz.

23 de novembro: reunião com barricadas na cidade universitária de Oaxaca.

24 de novembro: reunião do conselho da APPO no local de costume.

25 de novembro: 7ª MEGAMARCHA, as 10 da manhã partirá da casa do governo em Santa Maria Coyopetec até a Praça de Santo Domingo. Pelas seguintes consignas: Pela saída de Ulises Ruiz, Pela saída da PFP de Oaxaca,
Cesse a repressão e apresentação com vida dos desaparecidos.

30 de novembro: Grande mobilização pela defesa da vontade popular: Se Ulises não se vai, Calderon não passará!

Ótimo site:
www.oaxacalibre.org

Contato direto com CML (Centro de Medios Libres)

O CML é uma rede de mídia alternativa que está fazendo uma cobertura completa e direto de Oaxaca.
Entre em contato:

1)NÚMERO DIRETO:
0445518079853

2)Pelo SKYPE (programa de bate papo)
nome do usuário: CML-ALERTA

3)Telefones de emergência

4) Acesse a rádio (com transmissão ao vivo desde a Rádio Universidad).
É só abrir o winamp ou qualquer outro player, digitar em ADD URL o seguinte endereço:
http://freeit.org:8000/appo-orig3.mp3
Ou, abra diretamente do seu navegador, somente apertando no link como se fosse abrir outra página.


OAXACA VIVE!
A LUTA SEGUE!

Outro vídeo sobre Oaxaca

Vídeos com ótimas imagens dos acontecimentos em Oaxaca.
Trilha: Renegades of Funk - Rage Against the Machine

Cyberativismo - Protesto via internet

ENVIE E-MAILS DE PROTESTO AO EMBAIXADOR MEXICANO

http://www.oaxacavive.revolt.org/

Divulguem, coloquem nos seus MSN, orkuts e passem por email.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Video SOMOS TODOS OAXACA

Vídeo bem didático explicando a situação de Oaxaca:

Url (endereço):
http://www.youtube.com/watch?v=6mgnPedeCZs

Novo confronto entre agentes da PFP e membros da APPO deixa 58 feridos.

Oaxaca, Mx, 20 de novembro: Novo confronto entre agentes da PFP e membros da APPO deixa 58 feridos. Integrantes do grupo policial agridem a jornalistas e fotógrafos. Os confrontos se prolongaram por quase quatro horas no centro de Oaxaca.

APPO resistiram com estímulo as envestidas dos agentes da PFP - Francisco Olvera
APPO resistiram com estímulo as envestidas dos agentes da PFP - Francisco Olvera

Por quase quatro horas, agentes da Polícia Federal Preventiva (PFP) e simpatizantes da Assembléia Popular de Oaxaca (APPO) se enfrentaram nas ruas do centro histórico da cidade, com saldo de 53 intoxicados e ferimentos da parte dos membros do magistérios e populares, e ao menos cinco elementos da dita corporação (PFP).

Três dos simpatizantes da APPO sofreram lesões graves, e foram diagnosticados com traumatismo crânio-encefálico causados pelos golpes, um apresentou perfuração na perna causado por projétil de gás lacrimogênio. A maioria dos feridos foram atendidos no posto de auxílio instalado no Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca.

Depois do meio-dia, cerca de mil e quinhentos simpatizantes da APPO iniciaram uma marcha na estrada internacional Cristóbal Colón, em frente ao Instituto Estatal de Educação Pública de Oaxaca, para comemorar o início da Revolução Mexicana.

O confronto começou pouco tempo depois das 13:30 horas, quando ao chegar na esquina de Morelos e Garcia Vigil um grupo de jovens subio numa camionete encinerada - utilizada como proteção por agentes da PFP - para gritar palavras de ordem e cantar cantigas inônicas a fim de exigir a retirada dos elementos policiais e a destituição do governador Ulises Ruiz.

Nesse momento, segundo versões de participantes, do fundo da parede formada por policiais foi lançada uma pedra que acertou a cabeça de um dos manifestantes, provocando-lhe um grande ferimento. De imediato os manifestantes responderam arremessando pedras e garrafas de plástico.

Os agentes da PFP jogaram bombas de gás lacrimogênio para dispersa-los e em resposta os universitários que participam das barricadas localizadas nos arredores da cidade Universitária lançaraam fogos de artifício.

Em Morelos e Macedonio Alcalá começou um confronto que chegou ao ponto mais violento. Entre Murguía e Macedonio Alcalá, os simpatizantes da APPO se reagruparam e ofereceram resistência.

As ruas do centro histórico ficaram cobertas por gás lacrimogênio, que chegou nas escolas primarias localizadas a sete ruas da Praça da Constituição.

Os policiais, na tentativa de dispersar os simpatizantes do movimento, avançaram quase que uma quadra para que os gases lacrimogênios tivessem maior efeito, o que causou a retirada dos manifestantes até a esquina de Macedonio Acalá e Abasolo, a uma quadra da igreja de Santo Domingo, onde a APPO montou um plantão. Ali formaram uma barricada.

Manifestantes que portavam lançadores de fogos de artifício avançaram e em repetidas ações disparavam fogos para fazer a PFP retroceder. Dois deles, depois de mais de duas horas de disputa foram presos por policiais. Outros simpatizantes da APPO que participavam na linha de frente da

batalha também foram presos por agentes federais.

Segundo informações, de simpatizantes do movimento dos professores e populares, cerca de cinco policiais também sofreram lesões por pedradas e fogos de artifício. Um agente, que foi visto por jornalistas quando lançava uma bomba, teve ferimentos numa das mãos proveniente da bomba.

Depois de quinze horas, o confronto se estendeu por várias ruas, foi quando dois tanques avançaram pelas ruas 5 de maio e Garcia Vigil para tentar bloquear os simpatizantes da APPO.

Manifestantes jogaram pedras nas janelas do Hotel Camino Real, logo quando perceberam no teto do imóvel policiais jogando gás lacrimogênio. Em Garcia Vigil e Allende, os manifestantes queimaram um ônibus urbano para evitar a passagem do tanque.

Meia hora depois, Marcelino Coache, um dos porta-vozes da APPO, pediu para os simpatizantes na linha de batalha retrocenderem, porque um funcionário da Secretaria de Governo o comunicou que lhe daria um ultimato. Coache, acompanhado por alguns jornalistas, atravessou a linha de batalha e se dirigiu ruas abaixo para negociar uma trégua a pedido das forças federais. Depois de uma conversa com um oficial que não se identificou, conseguiu fechar com a retirada da PFP e a liberação de alguns dos presos.

Com isso as 16:30 horas, as forças federais iniciaram a retirada sobre Macedonio Alcalá e regressaram a sua posição inicial na esquina com Morales, além de liberar alguns dos presos. Os simpatizantes da APPO fizeram o mesmo e por volta das 17 horas passadas encerraram os confrontos.

No confronto, Francisco Olvera, fotógrafo de La Jornada, e o jornalista que assina esta nota foram perseguidos por agentes federais com armas nas mãos. Os fotógrafos das agências Efe e Reuters, Patricia Domíngues Juárez e Jorge Luis Plata, assim como a câmara da Tv Azteca, Alejandro Domínguez Juárez foram agredidos por elementos da PFP. Enquanto, o reporter da Universal Alejandro Torres teve ferimentos causados por estilhaços de gás lacrimogênio na perna esquerda, que não teve maiores consequencias.

Mais tarde, em conferência para imprensa, César Mateos, membro do Conselho Estatal da APPO, culpou a PFP por gerar o confronto agredindo uma marcha pacífica.

Informou que 15 simpatizantes da APPO foram detidos, sete dos quais foram liberados nas negociações com PFP. Os demais foram encaminhados as autoridades ministeriais. Destes últimos, é conhecido o nome de Eluid Martínez Sánchez, de 22 anos de idade.

tradução livre: Incendiári@s
URL:: http://www.jornada.unam.mx/2006/11/21/index.php?section=politica&article=022n1pol

fonte: www.midiaindependente.org

100 ações de Solidariedade em todo o Mundo!

A partir de um comunicado do EZLN é possível saber os locais que já tiveram ações de solidariedade em todo mundo.
Do dia 29 de Outubro a 18 de Novembro foram registradas 100 ações diferentes em 62 cidades de 22 paises do mundo.
Saiba os locais que houve manifestações, inclusive com citação de Fortaleza:
http://brasil.indymedia.org/pt/blue/2006/11/365935.shtml

Visitem:
http://vientos.info/cml/
para mais novidades!

terça-feira, novembro 21, 2006

Mais fotos da marcha de Oaxaca no dia 20 de Novembro

Fotos da Marcha em Oaxaca do dia 20 de Novembro

segunda-feira, novembro 20, 2006

Nesta nova representação não há hierarquias

"Nesta nova representação não há hierarquias"

Hernan Ouviña
Rebelión
17-11-06

Sob a consigna "todo o poder ao povo!", e com a assistência de mais de mil delegados de colônias, comunidades, sindicatos, barricadas, centros de trabalho e de estudo, ejidos e organizações de base, se levou a cabo no Auditório do Hotel do Sindicato de Professores o Congresso Constitutivo da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO). De 10 a 12 de novembro, representantes das sete regiões que compõem o estado (Valles Centrales, Costa, Cañada, Sierra, Istmo, Tuxtepec e Mixteca) debateram em torno de três eixos de trabalho coletivo: análise do contexto internacional, nacional e estatal; crise das instituições e a Assembléia Popular dos Povos.


Com algumas críticas a respeito da escassa representação tida por jovens e ativistas das barricadas, e tendo como antecedente a 1ª Assembléia Estatal dos Povos de Oaxaca (celebrada nos dias 27, 28 e 29 de setembro deste ano), o Congresso teve como um de seus objetivos prioritários elaborar uma declaração de princípios e dotar a APPO de estatutos e de uma direção permanente. Marcos Leiva, integrante da coordenação coletiva provisória da Assembléia, expressou na inauguração das mesas de debate: "Hoje o povo oaxaquenho nos tem demonstrado que só pode lutar com pensamento, com propostas e com um ideário político. E este congresso é a melhor mostra disso: hoje o povo de Oaxaca demonstra sua capacidade não só na resistência, mas também na criação de um mundo diferente”.

O primeiro dia do congresso, além de escutar atentamente as emotivas saudações e mensagens dadas pelas organizações fraternas, os assistentes receberam da comissão provisória da APPO um auto-crítico Informe Político sobre a atuação até o momento. Já pela noite, se destacou a presença de 250 indígenas chiapanecos pertencentes à Associação Civil “Las Abejas” (da comunidade em resistência de Acteal – Chiapas), que subiram em caravana para a cidade de Oaxaca para solidarizar-se com a causa do povo oaxaquenho, exigindo paz “justa e digna”.

Durante o segundo dia se levaram a cabo prolongadas discussões no marco das três mesas de debate mencionadas, enquanto que no transcurso da terceira jornada se gerou um caloroso debate em torno de certos pontos controvertidos, que deram conta da heterogênea composição da APPO: frente a tentativa de alguns coordenadores de apresentar como resumo da mesa 2 uma relatoría que considerava “importante que a APPO negocie e vá ocupando espaços de decisão e de poder nas instituições vigentes”, afirmando inconcluso que ocupar espaços no Governo estatal e negociar com o Governo Federal não implicava "uma oposição à busca de transformações profundas”, o grosso dos delegados terminou vaiando e repudiando a proposta, o que obrigou – após um confuso recesso - a modificar substancialmente o documento final, omitindo a negociação por postos governamentais e sublinhando o caráter irrenunciável da saída de Ulises Ortiz.

Após consensuar o resumo geral das três mesas de trabalho, que serviu de base para o documento final do Congresso, se passou a discutir pormenores da forma de eleição e composição do Conselho Estatal dos Povos de Oaxaca, elegendo por regiões e setores os integrantes desta nova instância de decisão coletiva, sob o compromisso de “mandar obedecendo”, e sujeitos à revogabilidade no cargo quando não cumprirem com as tarefas encomendadas. Novas polêmicas surgiram durante as conclusões, em particular ao redor de se deveriam ou não aceitar a militância partidária dentro da APPO. Para além de certos pontos discordantes, houve um acordo unânime em retomar a experiência ancestral dos povos indígenas, baseada em assembléias comunitárias.

Já de madrugada, o Congresso resolveu continuar a resistência através de um Plano de Ação a curto, médio e longo prazo, que contempla – entras outras formas de pressão – o levantamento de barricadas e a tomada de palácios municipais. O início do plano se produziu esta segunda-feira mesmo, com uma massiva mobilização desde a Procuradoria da Justiça até a Praça de Santo Domingo, onde integrantes da APPO realizam há semanas um "plantão" (acampamento). Ao culminar a marcha, Zenón Bravo Castellanos, membro do novo Conselho Estatal, manifestou que "o Conselho Estatal da APPO estará composto por 260 companheiros e companheiras que representam todas e cada uma das regiões. Estamos considerando um esquema de representação tanto territorial como setorial. Nele estão representados pequenos comerciantes, integrantes do setor estudantil, trabalhadores do transporte, mulheres, entidades não-governamentais, comunidades indígenas, sindicatos, assim como organizações sociais e políticas”. Zenón esclareceu que "nesta nova representação não há hierarquias: todos temos as mesmas obrigações e direitos, e em todo caso, para garantir um melhor cumprimento das tarefas que são necessárias ao movimento, se criaram comissões internas para cumprir com os objetivos da direção coletiva".

Cabe destacar que, de maneira complementar ao Congresso, durante os dias 11 e 12 de novembro centenas de estudantes da Universidade Autônoma Benito Juárez de Oaxaca realizaram o Segundo Encontro Nacional Juvenil. Distribuídos em oficinas, jovens de diferentes estados mexicanos debateram sobre sua situação tanto nas instituições educativas como em outros âmbitos de suas vidas, gerando um documento e um plano de luta que -segundo manifestaram- levarão a cabo nas próximas semanas.

Tradução: Magão

Fonte: www.rebelion.org

domingo, novembro 19, 2006

Cyberativismo

Autoridades atribuem assassinato de Brad a membros da APPO

APPO: ação "perversa", atribuir o assassinato de Roland Will a brigadistas


Octavio Vélez Asencio
La Jornada

A Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) rechaçou ter alguma responsabilidade no assassinato do jornalista estadunidense Bradley Roland Will, como insinuaram as autoridades locais, e requeriu à Procuradoria Geral da República (PGR) acolher o caso para apurar responsabilidades e castigar os culpados.
Não obstante, chamou a organizações nacionais e internacionais de direitos humanos para participarem no acompanhamento do homicídio, porque "tampouco temos confiança na PGR”, afirmou Florentino López Martínez, membro da comissão de imprensa da aliança de organizações.
À noite, a procuradora geral de Justiça de Oaxaca, Lizbeth Caña Cadeza, afirmou que o assassinato de Roland Will foi "produto de uma ação combinada e premeditada com a intenção de internacionalizar o conflito".
Disse que a dependência a seu cargo consignou ante um juiz o regente de Segurança Pública do município conurbado de Santa Lucía, Abel Santiago Zárate, e o policial Orlando Manuel Aguilar Coello por sua suposta responsabilidade no tiroteio contra uma barricada da APPO no passado 27 de outubro.
No entanto, acrescentou, "as evidências e os resultados anexados à investigação" permitiram abrir uma segunda linha nas investigações, a qual "estabelece que Roland Will foi assassinado a queima-roupa”.
"Quem o matou era parte do mesmo grupo onde Roland Will se encontrava", assinalou, mas não imputou diretamente o crime aos membros da APPO, que participavam na barricada.
Enquanto isso, na reabertura da maioria das escolas do estado para o início do ano letivo de 2006-2007, houve alguns incidentes em alguns municípios e comunidades, principalmente nas regiões de Valles Centrales, Costa, Mixteca e Cañada, pela oposição de autoridades municipais priístas e pais de família a que os professores regressem às aulas depois de terem participado na jornada de luta em demanda pela destituição do governador Ulises Ruiz Ortiz.
Na cidade de Oaxaca, na escola secundária técnica número 1, a direção da escola retirou os cartões de assistência de seis professores que militam no Conselho Central de Luta (CCL), ao qual pertencia Jaime Calvo Aragón, assassinado em outubro passado.
Insinuações dolosas
Em conferência de imprensa, acompanhado de outros membros, o porta-voz da APPO disse que as supostas revelações das autoridades locais para pretender culpar o movimento popular pelo homicídio de Roland Will têm a intenção de lançar uma cortina de fumaça para descartar sua responsabilidade nos fatos.
Expôs que a agressão ao jornalista estadunidense na barricada da colônia Calicanto, pertencente ao município conurbado de Santa Lucía del Camino, foi feita por um grupo de pistoleiros com armas de fogo enviadas pelo vereador Manuel Martínez Feria, "como consta em fotografias e vídeos realizados pelos trabalhadores da imprensa que se encontravam cobrindo a informação" derivada da resistência popular.
Considerou que o assassinato "foi algo totalmente planejado com a idéia de consegui pressão internacional" sobre o presidente Vicente Fox para que este enviasse a Polícia Federal Preventiva a Oaxaca, como ordenou "o governo dos Estados Unidos".
Rechaçou a "acusação perversa" de envolver membros da APPO no crime e responsabilizou diretamente Ruiz Ortiz pelo assassinato, além do secretário geral de Governo, Heliodoro Díaz Escárraga; o secretário de Proteção Cidadã, Lino Celaya Luría, e o prefeito Martínez Feria.
Referiu que os simpatizantes da APPO socorreram o jornalista gravemente ferido em um automóvel particular, porque a Cruz Vermelha, “apesar das diversas chamadas de auxílio, não quis intervir por ordens do governo federal”.
Zoques bloqueiam estradas transístmica
Uns 300 indígenas zoques, integrantes da União de Comunidades Indígenas da Zona Norte do Istmo (Ucizoni) e da APPO, originários da comunidade de Lachivixuyu, município de Asunción Ixtaltepec, bloquearam a estrada transístmica Salina Cruz-Coatzacolacos, no povoado Casa Blanca de Chivela, para demandar a destituição de Ruiz Ortiz e a saída da PFP.
Tradução: Magão

sábado, novembro 18, 2006

Vídeo da Passeata em Fortaleza em Solidariedade à Comuna de Oaxaca, 16 Novembro

O CAMINHO DESDE OAXACA - MUMIA ABU-JAMAL

O Caminho desde Oaxaca
Por Múmia Abu-Jamal
“É preciso apoiar os povos de Oaxaca, não somente com palavras, mas com esforços organizadores semelhantes em outras partes do mundo”
Faz várias semanas uma longa coluna de milhares de pessoas serpenteava pelo poeirento caminho da cidade sulista de Oaxaca para a Cidade do México - D.F., uma distância de 800 km, para apoiar a democracia e exigir a saída de seu governador, que chegou ao poder numa eleição roubada e profundamente corrupta. Os e as caminhantes, uma multidão matizada de professores, estudantes, camponeses, etc. seguiram seu caminho tortuoso sobre montanhas e vales, sob chuvas lacerantes, calor abrasador e frio penetrante, marchando por 19 dias para levar à sede do governo federal suas exigências.

O grupo chamado Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) sacudiu o México com sua tenaz insistência ética de que a vontade do povo seja escutada.

Durante várias semanas leio o que tem acontecido em Oaxaca. E cada vez que lia algo, pensava nos estadunidenses que docilmente aceitaram as eleições corruptas em 2000 e 2004, como cordeiros levados para o espeto. Tanto as eleições roubadas no estado da Flórida no ano de 2000 como as de Ohio em 2004 fizeram um dano inédito à mera noção de democracia e quebrantaram a fé de milhões no processo eleitoral.

O povo de Oaxaca, ao enfrentar com valentia não só os elementos naturais, mas também os políticos, até o terrorismo dos instrumentos do Estado (a violência policial e militar), comprovaram com sua marcha e seu protesto que a verdadeira democracia é de profunda importância para o povo.

Como resultado dos esforços da APPO, surge uma resistência mais ampla no D. F. e em outras partes do país, criando uma crise na nação com sua demanda incondicional pela saída do governador de Oaxaca, Ulises Ruiz, e a instauração da democracia. A crise nasce da situação na qual muitos dos partidos políticos do país estão fazendo todo o possível para calar, descarrilar, e intimidar as pessoas porque temem que seu êxito signifique duas, três, muitas Oaxacas por todo o país.

Oaxaca, agora o estado mais pobre do México e também o estado com maior população indígena, é uma inspiração para gente mais além das fronteiras do sul do México. A resistência atual oaxaquenha surgiu como resposta à repressão ordenada pelo governador Ruiz em junho contra o sindicato magisterial em greve. As e os professores repeliram os embates, e poucos dias depois mais de 300,000 pessoas participaram em uma marcha massiva em apoio a dito sindicato. Desse apoio massivo e profuso nasceu a APPO, a assembléia popular.

A crise constante no México pode impulsionar outras forças sociais a unir-se aos esforços radicalizantes da APPO, ou por outro lado, pode abrir a porta para o terror ameaçador dos instrumentos cruéis do Estado. Falando claro, o que começou como resposta à repressão pode terminar em ainda mais repressão. Mas isso não será nem poderia ser o fim. As forças que deram origem à APPO fervem justo debaixo da superfície, a ponto de surgir em outro estado donde os trabalhadores e os pobres lutem para resistir às forças vorazes do globalismo.
Quando se trata mal os pobres, quando os trabalhadores são mal pagos, as condições para a resistência já estão presentes. E ainda que a tentação para que o Estado utilize seus instrumentos brutais possa ser forte, também é muito possível que este tipo de solução leve a uma resistência mais ampla e mais profunda.

O exemplo de Oaxaca se esparge no vento e os exemplos da resistência popular e indígena do México, como a APPO e os zapatistas e várias lutas por toda a América Latina, também se espargem. É preciso apoiar os povos de Oaxaca, não somente com palavras, mas com esforços organizadores semelhantes em outras partes do mundo, começando nos Estados Unidos.
Do corredor da morte, sou Mumia Abu-Jamal
11-10-06
*A voz solidária de Mumia Abu-Jamal, um dos presos políticos mais conhecidos do mundo, voa sobre as muralhas de aço do corredor da morte do estado da Pensilvânia. Baleado, agredido e detido em 9 de dezembro de 1981, o jornalista afro-americano foi condenado pelo assassinato de um policial, na realidade assassinado por outros policiais mafiosos da Filadélfia para encobrir seus próprios crimes. Julgado em um processo racista e injusto, Mumia foi condenado à morte, condenado por ter sido integrante dos Panteras Negras, condenado por lutar contra abusos policiais, condenado por ser um jornalista livre e combativo antes da era dos meios de comunicação livres. É o único preso político nos Estados Unidos que tem a pena de morte... até agora.

Tradução: Magão

sexta-feira, novembro 17, 2006

Síntese dos acontecimentos de Oaxaca

Síntese dos acontecimentos de Oaxaca
x Clajadep - [ 08.11.06 - 05:36 ]

Oaxaca, México
Luis Hernández Navarro
La Jornada, 7 de novembro

Durante meses, o conflito em Oaxaca foi refém da situação política nacional. Mas agora, em um giro de 180 graus, a conjuntura imediata do país está atravessada pela sublevação oaxaquenha. O problema de “uma só rua”, como batizou Ulises Ruiz, já define muitas das grandes decisões políticas nacionais.

As eleições federais de julho de 2006 colocaram os protestos magisteriais no estado e as mobilizações da nascente Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) em segundo plano. Roberto Madrazo assegurou que tinham "aroma de mulher", insinuando que detrás delas se encontrava Elba Esther Gordillo. Não foram poucos os simpatizantes de Andrés Manuel López Obrador [PRD] que viram na sublevação uma manobra para prejudicar a imagem de seu candidato.
O conflito pós-eleitoral deu vida artificial a Ulises Ruiz. As grandes mobilizações contra a fraude eleitoral obscureceram o levantamento oaxaquenho. Carregando nas costas um grande déficit de legitimidade, Felipe Calderón necessita do apoio do Partido Revolucionário Institucional (PRI) para chegar à Presidência da República e para manter-se nela com os menores sobressaltos possíveis. O tricolor [refere-se aqui às cores do PRI. N.T] pôs preço a esta aliança: a sustentação de seu cargo no governo de Oaxaca.No entanto, agora a situação mudou. Oaxaca está no centro da agenda política nacional. A ponto de terminar seu mandato, Vicente Fox confessou que herdará o conflito para seu sucessor. O próximo dia 20 de novembro, data na qual López Obrador tomará posse como presidente legítimo, diferentes forças anunciaram a realização de uma paralisação nacional em apoio à APPO. Os insubmissos oaxaquenhos deram um cheque ao rei ao declarar que, se Ulises Ruiz não for embora, pensam em dirigir-se à Cidade do México para impedir que Felipe Calderón se converta em presidente da República.
Uma e outra vez, o gabinete de transição do Partido Ação Nacional (PAN) declara à imprensa que segue atento ao conflito, mas que é alheio ao manejo que o governo federal está lhe dando. A mentira não confunde ninguém. Dentro do movimento se sabe com absoluta certeza que o envio da Polícia Federal Preventiva (PFP) a Oaxaca foi uma exigência do presidente eleito a Vicente Fox. Josefina Vázquez, habilitada como operadora para "desativar o conflito", deixou pelo caminho muitas pistas de seu infrutífero trabalho. Temeroso de ter que lhe dar com um problema que nem entende e nem pode resolver com a política da “mão dura” que ofereceu aos círculos empresariais, Calderón pressionou com tudo para que fosse este governo e não o seu que pague o custo da repressão no estado. Mas tudo foi inútil. As coisas são mais complicadas do que eram antes da batalha de Oaxaca.
A imprensa de todo o mundo informa sobre o acontecido em Oaxaca. Os governos dos Estados Unidos, Canadá e de países da Europa pediram a seus cidadãos que não viajem para Oaxaca. Reconhecidos intelectuais do mundo inteiro exigiram do governo mexicano a saída da PFP do estado e a renúncia de Ulises Ruiz. Dezenas de consulados mexicanos no exterior se converteram no centro de enfurecidos protestos contra o governo de Vincent Fox. Impávida, a diplomacia mexicana faz água, enquanto seu capitão abandona o barco antes do tempo e seu porta-voz declara que os custos a pagar já “estavam contemplados”.

As imagens das sete horas de enfrentamento entre os robocops made in Mexico e os estudantes e colonos oaxaquenhos que defenderam a universidade no último Dia dos Mortos deram a volta ao planeta. A polícia mexicana foi derrotada por um levantamento popular e os meios de comunicação foram testemunhas. A Comuna de Oaxaca levantou uma enorme onde de admiração, simpatia e solidariedade em milhares de jovens. Muitos se prestam a viajar o território mexicano para servir de escudos humanos ante a barbárie.

O desavença hoje é maior agora do que quando os guardas federais ocuparam Oaxaca. Alimentada por uma complexa vida comunitária e por uma sabedoria política de dezenas de anos de luta, a resistência oaxaquenha tem demonstrado hoje ser muito mais hábil que os governos federal e estatal. Seus dirigentes marcham sempre dois ou três passos a frente dos políticos profissionais.
Apenas uma semana depois da entrada da PFP no estado, centenas de milhares de oaxaquenhos tomaram a capital do estado para exigir sua saída. A tentativa de apresentar a ação policial como uma iniciativa “imparcial” para restaurar a ordem fracassou. A mobilização tornou evidente que os guardas federais estão ali para sustentar Ulises Ruiz.
A inteligência tática da APPO é surpreendente. Quando o governo federal se prepara para que o movimento popular responda com a violência, este se defende pacificamente. Quando o poder se acredita militarmente vitorioso e empreende o que supõe a "última batalha" na universidade, a sublevação resiste com paus, pedras e molotovs e lhe gratifica com uma esmagadora derrota. Quando Bucareli anuncia o regresso às aulas, os professores ficam fora das salas. Quando o governo federal acredita que pode obrigar o movimento a sentar e negociar sua rendição, este lhe tira do trilho. Quando Abascal quer levar os dirigentes para dialogar na Cidade do México no escurinho, estes abrem uma mesa de negociação com a sociedade de Oaxaca.
A última manobra do movimento popular tem sido converter seu protesto em assunto central da agenda política nacional. As grandes definições dos próximos meses estarão marcadas pelo conflito. O governo federal se meteu num pântano do qual não poderá sair. Oaxaca é hoje, mais que nunca, México.

Tradução: Magão

Fotos e Relato da Manifestação em apoio à Comuna de Oaxaca

Foi realizada hoje, 16 de novembro, a terceira manifestação em apoio à Comuna Oaxaca em Fortaleza, Brasil.
Por volta das 13h, os manifestantes começaram a se concentrar na Praça José de Alencar, no mesmo local, fizeram pintura de cartazes e batucadas.
Em seguida (16h) , aproximadamente 50 pessoas seguiram em marcha para a Praça do Ferreira fazendo planfetagem e conversando com a população.
Ao chegarem na praça informaram sobre o que estava havendo em Oaxaca, México através de uma conversa em roda.


Hoy, 16 de noviembro, se ocurrió la tercera manifestación en apoyo a la Comuna de Oaxaca en la ciudad de Fortaleza, Brasil.
A lo largo de las 13h, los manifestantes empezaran a se concentrar en la Plaza "José de Alencar", en el mismo local, hicieran pinturas en carteles y tocaran tambor.
Después (16h), aproximadamente 50 personas siguieran marchando para la Plaza "do Ferreira" haciendo distribuición de informativos y hablando con la populación.
Cuándo llegaran en la plaza, informaran sobre lo que estaba y está ocurriendo en Oaxaca, México en una conversación.








quarta-feira, novembro 15, 2006

Sobre as partes implicadas em Oaxaca:

Sobre as partes implicadas em Oaxaca!
Por Irrecuperable 10/09/2006
Centro de Mídia Independente

Por partes:

É essencial compreender a realidade da instituição magisterial em Oaxaca, ou seja a Seção 22 do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação do México.

Toda esta rebelião, que não é uma insurreição, é provocada pela greve reivindicativa de todos esses funcionários do Estado, pela repressão do Estado de Oaxaca contra estes mesmos funcionários professores, pela grande organização que vem de pelo menos 20 anos da Seção 22 e finalmente pela solidariedade com que as organizações políticas, sociais e sindicais de Oaxaca tiveram e sustentam com os professores.

Em poucos meses se passou da reivindicação "amarela" (salários, condições de trabalho...) a uma luta política de mínimos (a saída do governador eleito democraticamente Ulises Ruiz, por seu abusivo e evidente autoritarismo: presos, assassinatos, desaparecidos, repressão contra o povo). Ao final, nas últimas semanas, após a criação da APPO, se estão encontrando na luta diferentes formas de atuar, analisar e propor, com diferentes projetos ou não-projetos.

No nível teórico-prático, podem-se encontrar quatro grandes campos, que são, praticamente, mais ou menos, os mesmos que se encontram em toda a América Latina:

- Os bolcheviques mais ou menos autoritários (leninistas, troskos, maoístas... e estalinistas) Há dentro destes, por um lado, remanescentes há muito infiltrados pelos serviços de segurança do México, do Exército Popular Revolucionário, guerrilha hoje virtual, estalinista-maoísta, de péssimo passado e de suspeitoso presente e futuro... Por outro lado, a Organização do FPR, claramente estalinista e com bastante poder organizativo, e outras organizações do mesmo caráter, disfarçadas, relativamente detrás de organismos de direitos humanos ou indígenas, comarcais (Itsmo, Mixteca.... e outras) regionais (toda Oaxaca) e inclusive organizadas em nível Nacional (todo México): a CODEP seria um exemplo, pois pertence ao PPP ( Partido do Poder Popular: maoístas).

- Os social-democratas do PRD, com passados pessoais quase iguais aos últimos, mas com um discurso hoje mais “possibilista” ou recuperador, que tentam ligar a de Oaxaca com a luta burguesa eleitoral por algumas centenas de milhares de votos para o candidato A. Lopez Obrador, o melhor amigo de Carlos Slim, uma das maiores fortunas da América Latina. Ou seja, a classe média e pequena burguesia mexicana não pró-yanqui... majoritariamente.

Também algumas minorias de zapatistas e de boa gente que tenta ligar a AML com Oaxaca, Atenco e Chiapas: a Outra campanha... estes são mais jovens e com expectativas e formas de luta muito mais alternativas e coloridas: o toninegrismo marquista, ou social-democracia de esquerda pós-moderna, classe média e/ou universitária, majoritariamente.

- A Autonomia índia: Heterogêneos grupos de organizações de bases índias e quase sempre camponesas. Comarcais e regionais. Com histórias de lutas de até 20 anos, que integram a maioria dos mortos e presos, inclusive exilados. De marcado caráter Autônomo Indígena, influenciados (mas não dirigidos) pelo EZLN, pelo velho e o novo Magonismo, e inclusive, algumas pelo anarquismo clássico e moderno. Com teóricos próprios que há muitos anos refletem, e nas comunidades rurais praticam a autonomia indígena. A prática de fato dos Usos e Costumes nos municípios “livres” de Oaxaca é um resgate destes grupos em sua maior parte, com cosmovisões sincréticas entre Autonomia Indígena de agora e as tradições atávicas de antes da conquista cristã.

O quarto grupo seriam os sindicatos mais ou menos corporativistas, ongs mais ou menos cristãs e milhares de indivíduos autônomos, independentes ou simplesmente ativos e honrados.

Transversalmente em todos os grupos, o sector de professores que por sua vez está organizado na Seção 22 e nesses grupos, é quase definitivo, tanto em reivindicações, como em prestígio pessoal ou na mobilização e organização popular. São mais de 70.000 (setenta mil) os professores, e todos funcionários do Estado.

Da greve reivindicativa se passou é revolta política pela saída do Governador do Estado e daí a lutar, ou pedir, a desaparição de poderes, para passar às propostas de uma nova Constituição para Oaxaca, dentro da Nação Mexicana.

Evidentemente não estamos nos soviets de Petesburgo de 1905 ou 17, nem na Revolução Mexicana de 1910 e nem na Revolução Espanhola de 36. Estamos em uma situação nova, sem precedentes, onde a instalação de uma Constituição Autônoma Índia, similar à que pretendem na Bolívia, se pode realizar em Oaxaca. O que não leva nem à desaparição do Estado Mexicano, nem à autogestão generalizada, nem ao comunismo libertário e nem ao fim do patriarcado. Ainda que se possivelmente, se consegue a queda do governador e a nova Constituição Oaxaquenha, será um socialismo libertário (?), índio, muito mediatizado pelo Estado e as culturas deste: o capitalismo e o marxismo.

Não se tenta, ninguém parece tentar, a insurreição generalizada, mas um passo para a autonomia, a autogestão e a consolidação de um conselhismo índio ou de um certa forma de municipalismo libertário. Ou seja, o mesmo que em algumas partes de Chiapas, mas sem a tutela “armada” e “virtual” do EZLN, e seguramente se se consegue, juridicamente reconhecida para toda Oaxaca.

Querer utilizar conceitos históricos ultrapassados, sejam estes marxistas autoritários e/ou libertários, anarco-sindicalistas ou anarquistas, na situação em que vivem hoje milhões de índios/as, camponês/as, trabalhadores/as e todo povo de Oaxaca é viver na não-realidade, na ilusão de confundir palavras com fatos, ideologias com ações, ou a cômoda mesa de estudos com as assembléias sudorentas e as barricadas onde muitos talvez se lançam pela primeira vez na liberdade e outros, uma vez mais, sua vida e a dos seus.

Solidariedade com as Organizações Índias Libertarias e Autônomas de Oaxaca

Tradução: Magão

Entrevista com a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca

Entrevista com a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca
x Clajadep - [ 09.11.06 - 04:28 ]

Entrevista com Flavio Sosa, referente à APPO

"A APPO ESTÁ QUESTIONANDO AS FORMAS TRADICIONAIS DE FAZER POLÍTICA"

Flavio Sosa é um dos integrante da “direção coletiva provisória” da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca. Apesar de ser neste momento uma das caras mais visíveis da APPO, insiste que “o nosso movimento não é de líderes”. O que segue são alguns fragmentos de uma longa conversa que mantivemos com ele – junto a outros companheiros – no plantão instalado na emblemática praça de Santo Domingo, bastião da resistência em Oaxaca.

Por Hernán Ouviña

Como nasce a APPO?

Desde a época pré-hispânica existe em Oaxaca uma grande tradição de assembléias. Nas comunidades indígenas a assembléia popular é a máxima autoridade. A APPO nasce pretendendo ser uma assembléia de assembléias, que contemple aos zapotecos, aos mixtecos, aos mixes e aos diversos povos, comunidades e organizações que têm interesse em participar no movimento.

A APPO está integrada por 350 organizações?

Sim. Num primeiro momento participaram desde organizações comunitárias e de bairro, passando por sindicatos e frentes, até organizações da sociedade civil, inclusive uniões de profissionais. Por isso dizemos que a APPO tem muitos perfis. De 10 a 12 de novembro se vai levar a cabo nosso primeiro congresso fundacional, para dar-nos uma estrutura orgânica e mais solidez no que se refere a uma plataforma de princípios.

Num primeiro momento, a APPO é uma resposta popular ante uma agressão que sofreu o magistério, e para a busca de um objetivo comum que é a saída de Ulises.

Posteriormente, vai madurando a idéia de não somente buscar a queda de Ulises Ruiz Ortiz, mas também de ir transformando as condições de vida que temos, e sentando as bases de uma nova relação sociedade-governo.

Nesta perspectiva se realizaram sucessivos exercícios de discussão muito interessantes, com a participação inclusive de intelectuais, acadêmicos, religiosos e membros de outros organismos, onde se debateu quais reformas necessita Oaxaca, e para onde tem que caminhar o tipo de governo que queremos. Este é como um trilho no qual corre a APPO. O outro trilho é a luta de rua, que finalmente está convertendo-se, de um movimento pacifista em um movimento que tem tido capacidade de responder ante agressões como as que sofremos por parte da Polícia Federal Preventiva (PFP).

Por que se mudou o nome da Assembléia Popular do Povo para Assembléia Popular dos Povos (no plural)?

Isto foi no começo de setembro. Pusemos “dos povos” porque havia uma grande crítica. Nós chamamos “assembléia popular” ao espaço onde discutimos na comunidade. Onde se debatem e decidem as coisas do povo? Na assembléia popular. Logo se fez uma reflexão e decidimos que não podia ser “do povo”, mas “dos povos”, porque somos muitos povos, muitas etnias. Temos distintas raízes e por tanto, diferentes perfis.

Como surgiu sua dirigência coletiva e que relação mantém com as bases?

A dirigência surge de uma assembléia geral que se realiza em 20 de junho. É uma direção que chamamos “coletiva provisória”. Agora teremos um congresso, onde tentaremos dar-lhe um caráter mais definitivo (Nota da Clajadep: achamos que aqui existe um erro, já que a palavra “definitivo” aparece como contraditória ao caráter flexível e inovador que desenvolve a APPO. Pensamos que deve dizer "definido" em termos de "perfilado", "claro", "preciso", e que se trataria de uma falha de transcrição) a esta direção. Teremos uma representatividade tanto por parte das regiões, como das organizações mais ativas do movimento, porque há diferentes níveis de participação. Há aqueles que estão momentaneamente, se retiram um pouco, e logo voltam para participar quando há marchas ou plantões. A participação varia segundo o compromisso e as possibilidades de cada organização. Há organizações muito localizadas em determinadas regiões, então lhes custa muito trabalho estar permanentemente na cidade. Oaxaca está muito dispersa geograficamente. Por exemplo, para chegar ao Istmo (de Tehuantepec) temos que viajar 10 ou 12 horas, a mesma coisa para chegar à Sierra. Por isso não pode haver dirigentes permanentemente em nível central. Têm sido feitos distintos esforços, mas ainda não está muito consolidada a regionalização da APPO. Estamos trabalhando para que a APPO baixe a todas as comunidades.

Que ocorreria com a APPO após seu congresso constitutivo?

Não sabemos para onde vai discorrer isto, porque agora sim temos que escutar o que diz a base. Este movimento nasce como uma resposta a uma agressão brutal, mas logo começa a questionar tudo: questiona os meios de comunicação, e a vários os "toma" e os fez seus; questiona as formas tradicionais de fazer política, e pretende planejar novas formas de fazer política; questiona os partidos políticos, e não deixa que nenhum partido político o conduza; questiona inclusive as lideranças mesmo, e gera uma liderança coletiva; questiona um mau governo, e planeja tirá-lo. Então se começa a conformar como um movimento antisistêmico, que alarma a classe política. "Como é que a luta de rua pode nos estar questionando praticamente o status quo, a forma de fazer política?", se perguntam os políticos. E se são as pessoas que estão questionando todas as formas tradicionais de fazer política, nós pensamos que também são elas que têm que inventar algo novo neste Congresso.

A dirigência da APPO tem ordens de apreensão?

Toda a dirigência tem ordens de apreensão. Ao que parece se expediram mais de 300 ordens. Ontem, por exemplo, nos interamos de uma nova ordem de busca contra a Radio Universidad, supostamente para buscar armas e para deter alguns líderes. Nós procuramos não ficar lá para não dar pretextos. A repressão tem sido permanente. Inclusive têm jogado bombas molotov nas casas dos principais dirigentes da APPO, e quiseram invadir vários domicílios particularidades. Ulises tem feito do terror uma prática política constante. Atua tanto através da polícia como por meio de pistoleiros. Existe uma rádio chamada Ciudadana, a qual nós chamamos rádio Mapache, que chama à perseguição dos dirigentes, incita as pessoas a irem a nossas casas. Inclusive querem nos relacionar com fatos delitivos como o narcotráfico, para justificar a repressão. A coisa não tem nenhum fundamento: o nosso é um movimento popular.

O que você pode nos dizer sobre o diálogo que supostamente vai começar esta segunda 6 de novembro na Catedral da cidade?

Num primeiro momento se pensou num espaço de diálogo entre a APPO e a sociedade civil, porque entendíamos que era preciso parar as agressões. Chegou a PFP (Polícia Federal Preventiva) e começou a invadir os domicílios, e a deter líderes populares em algumas colônias. É assim que surge a idéia do diálogo na Catedral. Conversamos com a autoridade eclesiástica aqui em Oaxaca e ela nos põe uma série de condições. No princípio dizemos que sim, apesar de pensarmos que eram excessivas, devido ao fato de que a paz em Oaxaca era uma necessidade urgente. Mas em um segundo momento, depois da batalha na cidade universitária, nossa posição se modifica, posto que a correlação de forças mudou, e o ânimo das pessoas também. Inclusive em nível nacional é outra a perspectiva que se tem sobre Oaxaca. Como se derrotou na luta à PFP, há uma situação política que inclusive põe em risco a existência mesma da PFP. Isto nos coloca em uma situação política muito importante na luta política nacional, e pensamos que o assunto da paz é urgente sim, mas já não estamos tão na defensiva e condicionados.

Por isso consideramos que podemos passar para a ofensiva. Sob este pretexto é onde nasce a megamarcha que estamos preparando para este domingo.

É nesta troca de pontos de vista com os organismos da sociedade civil, com os quais se tinha originalmente pensado em conversar, que nos pedem que lhes dar-mos a oportunidade de trabalhar este espaço de diálogo que começará segunda-feira.

O governo federal estará presente?

Acredito que não, ainda que tenhamos solicitado falar com eles e que nos escutem. Se eles dizem à APPO: “não é preciso que vocês falem”, então nós os respeitamos. Vamos deixar este espaço para a sociedade civil. Pensamos que é um espaço importante para ela, e que vai nos ajudar a buscar caminhos para encontrar a paz. Por um lado está este trilho, e por outro está o da mobilização popular, no qual vamos pressionar muito forte. Temos também uma proposta de diálogo de maneira direta com o presidente da república, mas necessitamos que nossos presos estejam livres, e que vá embora a PFP. Em definitivo, a solução do conflito tem a ver com a saída de Ulises Ruiz e com os compromissos que têm que ser conseguidos para transformar Oaxaca.

Se não há uma delegação governamental nos diálogos que se iniciarão nesta segunda, quem vai ser a contraparte?

Não vai ser um dialogo bilateral, mas um espaço multilateral. Nós pretendemos dizer o que pensamos, para que entre os distintos setores da sociedade civil se chegue a uma conclusão de quais são os melhores caminhos para que haja paz e para que vão embora a polícia e Ulises Ruiz de Oaxaca. Pelo menos este é o nosso objetivo. O que esperamos do diálogo é sensatez, propostas e reflexão profunda. Vamos ver se podemos nos entender.

O que ocorreria se conseguirem tirar Ulises, mas de cima puserem como governador outro personagem com perfil parecido?

Não é possível, porque Oaxaca não permitiria. Eles sabem disso. No dia que cair Ulises vai haver uma festa em Oaxaca. Muita gente que não tem se manifestado a nosso favor vai sair às ruas dizendo: “Ganhamos! Eu estava com vocês!”.

Já observamos este fenômeno na ocasião das marchas. As pessoas não se somam no princípio, mas quando se vêem neste grande espelho que são as megamarchas, se somam.

Qual é o propósito da megamarcha deste domingo?

Demonstrar a força e o respaldo popular que o movimento tem. Também demonstrar o rechaço à PFP e a busca de soluções para o conflito de maneira pacífica.

Pensam em articular sua luta com outros grandes movimentos que existem no México, como o zapatista e o de resistência civil à fraude [eleitoral]?

É muito triste dizer isto, mas agora esta não é nossa prioridade, ainda que tenhamos sim um compromisso com a transformação democrática do país. Vamos ver de que maneira tornamos isso efetivo. Em Oaxaca se deplorou o tecido social de uma maneira terrível: as pessoas perderam o emprego, os professores estão sem dar aulas, existem problemas nas comunidades, o setor de saúde está parado, se afetou também a terceiros; temos que reconhecer. Vivemos uma situação de emergência e necessitamos primeiro resolver o assunto local. Mas de nenhuma maneira nos desinteressamos pela problemática nacional. De fato, consideramos necessário vincular-nos à Outra Campanha e à Convenção Nacional Democrática. Inclusive vários organismos que estamos aqui participamos destes espaços.

Alguns setores lhes criticam a focalização de sua luta na queda de Ulises Ruiz, sendo que o próprio Felipe Calderón também é produto de uma fraude.

Não seria correto que Calderón entre como presidente, isto tampouco seria nossa principal responsabilidade, mas de todo o movimento nacional. Não queremos nos converter na vanguarda do movimento nacional. Não é tarefa nossa. As pessoas não saíram às ruas de Oaxaca para que a APPO seja a vanguarda do México.

Os integrantes da APPO dizem que o seu não é um movimento de líderes, mas de bases. A quê se referem?

Olha, quem te fala é uma das caras mais visíveis da APPO. Vamos supor que eu decido pactuar com Ulises. Então vão me pôr de lado e este movimento vai continuar. Aqui eu não tomo as decisões. Em todo caso, me toca uma responsabilidade: falar com a imprensa ou difundir alguma posição, mas eu não mando na APPO. Minhas opiniões às vezes têm êxito nas assembléias, e às vezes dizem “este senhor está louco”, e simplesmente não me levam em conta. Este não é um movimento de um partido. Tampouco lhe podem exigir "disciplina", porque não é um exército. Por exemplo, ontem custou muito trabalho à “direção provisória” tirar um acordo na assembléia geral, apesar de levar uma proposta consensuada de conjunto, que consistia em propor que se desocupassem as principais vias. Conseguiu somente tirar o acordo, mas para que baixe este acordo às bases, vai lhe custar um chingo, ainda que aos companheiros lhes expliquemos as bondades da proposta. Isso nenhum líder vai conseguir.

Também desocuparão os arredores da Cidade Universitária, como o Cruzeiro Cinco Senhores? (onde se derrotou a PFP na quinta-feira passada)

Ai vai haver uma situação especial. Se você propõe aos universitários tirar os bloqueios ao redor da Cidade Universitária, te "avientan la madre". Por isso te digo que este movimento não depende de líderes. Vou te dar outro exemplo; eles têm um comitê que conduz a Rádio Universidade, e esse dia dos combates lhes disse: “ouçam, me dêem chance de dirigir uma mensagem”. Me responderam “não”, não é possível, há emergência”.

Insisti pedindo-lhes nada mais que um minuto, e a resposta foi a mesma. Por isso dizemos que este movimento não é homogêneo, mas multidirecional. É uma visão tradicional da política buscar esse ou aquele líder, porque está a frente dos protestos ou aparece mais na televisão. Inclusive aqui há garotos que picham na parede “se crias um líder, crias um tirano”.

Evidentemente que há razões profundas para defender esta idéia, e nós a respeitamos. Por isso é importante entender que este movimento é de toda a sociedade, tratando de conviver e marchando juntos. Há compas que, por exemplo, trazem consigo a foice e o martelo, e de um lado estão as comunidades eclesiásticas de base que trazem a Vírgem de Guadalupe. Esta é a grande virtude de nosso movimento. Por isso insistimos que “não é de líderes”. Em uma ocasião, quando começou a correr esta frase, alguém fez um cartaz que dizia: “este movimento não é de líderes, é de bases”, e terminava assinado-o como grupo. No mesmo instante, uns garotos inteligentes acrescentaram com caneta: “não é de líderes, mas também não é de grupos”. Essa é a realidade.

Praça de Santo Domingo, cidade de Oaxaca

4 de novembro de 2006

Tradução: Magão

terça-feira, novembro 14, 2006

Endereços de Notícias/Fotos/Relatos no Centro de Midia Independente

[Fortaleza] Manifestação Urgente em Solidariedade ao Povo de Oaxaca ? Fortaleza
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363692.shtml

[Cmi na Rua] Chamado: Manifestação em apoio ao povo de Oaxaca
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363760.shtml

Manifestação no dia 01/11 em frente ao consulado do México-Fortaleza
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/10/363740.shtml

Fortaleza- Noticias da manifestação.
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364022.shtml

[Fortaleza] Fotos 2 Manifestação em Apoio à Comuna de Oaxaca 1/Nov
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364038.shtml

[Fortaleza] Manifestação em Apoio à Comuna de Oaxaca 1/Nov
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364030.shtml

[Fortaleza] Convocação Reunião do Comitê de Apoio ao Povo de Oaxaca
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364168.shtml

[Fortaleza-CE] Fotos da Manifestação em apoio a Oaxaca.
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364340.shtml

Pintura em Homenagem a Brad Will
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364542.shtml

[Fortaleza] 2 - Fotos Ato Informativo sobre a Comuna de Oaxaca
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/365227.shtml

[Fortaleza] 1- Fotos Ato Informativo sobre a Comuna de Oaxaca
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/365219.shtml

[Fortaleza] Chamado à Manifestaçao em apoio à Oaxaca 16/Nov (Foto planfeto)
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/365210.shtml

[Fortaleza] Proposta Cartaz para Manifestação (foto cartaz)
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/365380.shtml

[Internacional] Links de Manifestações e Chamados em Todo o Mundo
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/11/364331.shtml

Datas das Manifestações em Solidariedade à Comuna de Oaxaca em todo o mundo

Site: CML - Centro de Medios Libres Ciudad de Mexico
http://vientos.info/cml/?q=node/6340

Continúan las muestras de solidaridad por Oaxaca en Mèxico y el mundo
Acciones de solidaridad del 27 octubre al 3 de noviembre
Ya pasada la primera semana, y pese a las insistencias por parte del gobierno de que Oaxaca es un problema local, las acciones y pronunciamientos apoyando al movimiento popular oaxaqueño y pidiendo la salida de Ulises Ruiz siguen estallando por todo el planeta.



20 DE NOVIEMBRE
Mar del Plata, Argentina
Paris, Francia

18 DE NOVIEMBRE
Tolouse

16 DE NOVIEMBRE
Manifestación en Fortaleza, Brasil
Charla en Bilbao

15 DE NOVIEMBRE
Universidad de Buenos Aires

14 DE NOVIEMBRE
Marcha en Madrid

12 DE NOVIEMBRE
Marcha en Barcelona

10 DE NOVIEMBRE
Escrache al consulado mexicano en Córdoba, Argentina

9 DE NOVIEMBRE
Desde Francia y Bélgica con la APPO
Montevideo y Australia, solidaridad con Oaxaca
Portoalegre, Brasil
Belo Horizonte, Brasil
Campamento permanente en Salamanca, España
Torino, Italia
Proyección de Documentales de Oaxaca en la plaza del Cabildo, Córdoba, Argentina

8 DE NOVIEMBRE
Manifestación de silencio en Salamanca, España

7 DE NOVIEMBRE
Personalidades manifiestan indignación por Oaxaca

6 DE NOVIEMBRE
Carta a Embajadores contra la represión policíaca a las manifestaciones en Berlín y Brasil
Marcha en Melbourne, Australia
Vigilia frente a Consulado mexicano en Montreal
Petición en línea contra la represión
Columna Insurreccionalista de Payasos Anarquistas se manifiesta frente a la Embajada de México en Caracas | 1 | 2 |
Comunicado de la CNT en apoyo a Oaxaca
Mitin en CU
Solidaridad con Oaxaca y Atenco desde Perú
Mani virtual contra la censura de los medios sobre Oaxaca
Asamblea Nacional en Defensa del Agua y la Tierra y contra su privatización en apoyo a la APPO

5 DE NOVIEMBRE
Solidaridad desde París
Cacerolada en Salamanca, España
Vigilia en Uruguay
Marcha en San Diego

4 DE NOVIEMBRE
Marcha en Berlìn
Comunicado del EPR
Reporte de concentración en Iruñea (Euskal Herria)
Oaxaca presente en la marcha contra la cumbre Iberoamericana
Tolouse, Francia
Solidaridad con Oaxaca en Montevideo: 3 detenidos.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Chamado para Manifestação dia 16 Novembro

Brad Vive!

27/11/2006


Comentários e Fotos da Manifestação Nov 01

Comentário de um companheiro de Oaxaca a respeito da nossa manifestação:
Fonte: midiaindependente.org

Gracias por su apoyo
Universitaria de Oaxaca 04/11/2006 22:07

Gracias por el apoyo que nos brindan si bien es cierto quizas no contamos con su presencia física en nuestra lucha, pero el ver las imagenes, las fotos de las manifestaciones que han hecho todos ustedes nos dan mas fortaleza y nos hace pensar que esto apenas empieza y que los triunfadores seremos todos, ya basta de los burgueses, basta de ser los obreros, basta de estar sometidos a la voluntad de los burgueses, ellos son lo que son gracias a nuestro trabajo, a nuestros esfuerzos, pero hay que hacer que cambien las cosas desde el fondo y quizas este sea el comienzo de terminar con tanta injusticia, alcemos la voz y ¡hasta la victoria!......Que viva Oaxaca, que viva la APPO, Que viva México, Que viva el Mundo......





Fotos do Ato em Frente ao Consulado Mexicano dia 1 Novembro





sábado, novembro 11, 2006

Cartaz


Cartaz Manifestação em Apoio à Comuna de Oaxaca

OAXACA VIVE!

OAXACA VIVE!
Apesar dos ataques do Estado mexicano assassino
Você sabia que no México trabalhadores como você estão lutando em barricadas pelo poder popular, sem Estado, sem partidos, em autogestão?

Tudo começou há cerca de cinco meses numa simples greve de professores. Em Oaxaca – um pequeno estado do sul do México – mais ou menos 70 mil professores foram às ruas protestar e reivindicar um justo aumento salarial. Mas a resposta do governo foi uma repressão violenta que causou uma imensa indignação popular. Camponeses e índios aderiram aos protestos e formaram a Assembléia Popular do Povo de Oaxaca (APPO), que passou a organizar os movimentos e exigir a destituição do governador Ulisses Ruiz.
De lá pra cá uma intensa luta está sendo travada entre a população coordenada pela APPO e as tropas do governo, a Polícia Federal Preventiva (PFP) e grupos paramilitares. Centenas de barricadas foram abertas pelas ruas e estradas, muitos manifestantes foram presos e 17 pessoas foram cruelmente assassinadas pelos paramilitares.
Há duas semanas os protestos se intensificaram em Oaxaca. O que era uma jornada de protestos passou a ser um verdadeiro levante popular, uma insurreição na qual a população tomou conta das ruas e decidiu não obedecer mais ao tirânico governo de Ulisses Ruiz.
No último dia 2 de novembro mais de 25 mil homens da PFP (uma força policial criada para reprimir movimentos populares no México) atacaram a Universidade Autônoma Benito Ruarez, onde se reúne a APPO e se encontra a sede da rádio que é o principal centro de comunicação da comuna de Oaxaca. Heroicamente a população oaxaquenha conseguiu resistir aos ataques e não permitiram a invasão à cidade universitária.
Você sabia que no México pessoas como você estão lutando em barricadas pelo poder popular, sem Estado, sem partidos, em autogestão?
No último domingo, dia 5 e novembro, uma mega-manifestação de mais de um milhão de pessoas mostrou para o governo tirânico de Ulisses Ruiz e para o mundo que o poder popular não se intimidou com os ataques sofridos.
No mundo todo manifestações estão sendo feitas em solidariedade à comuna de Oaxaca.
Em Fortaleza, foi criado em assembléia autônoma o
Comitê de Solidariedade à Comuna de Oaxaca, que convoca:

Todos à manifestação em apoio à
COMUNA DE OAXACA!
Quinta Feira, dia 16 de novembro,
às 15 horas na Praça José de Alencar

Com nossos companheiros de Oaxaca, exigimos:

1. A saída imediata das tropas dos mercenários-paramilitares, do exército e da Polícia Federal Preventiva do território de Oaxaca.
2. O fim de toda repressão e manobra política que visem retirar a autonomia do poder popular oxaquenho.
3. A libertação imediata e incondicional de todas(os) as(os) presas(os) políticas(os).
4. A destituição imediata do tirano Ulisses Ruiz.
5. A entrega dos assassinos do povo para o julgamento autônomo da Assembléia Popular do Povo de Oaxaca.