domingo, novembro 19, 2006

Autoridades atribuem assassinato de Brad a membros da APPO

APPO: ação "perversa", atribuir o assassinato de Roland Will a brigadistas


Octavio Vélez Asencio
La Jornada

A Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) rechaçou ter alguma responsabilidade no assassinato do jornalista estadunidense Bradley Roland Will, como insinuaram as autoridades locais, e requeriu à Procuradoria Geral da República (PGR) acolher o caso para apurar responsabilidades e castigar os culpados.
Não obstante, chamou a organizações nacionais e internacionais de direitos humanos para participarem no acompanhamento do homicídio, porque "tampouco temos confiança na PGR”, afirmou Florentino López Martínez, membro da comissão de imprensa da aliança de organizações.
À noite, a procuradora geral de Justiça de Oaxaca, Lizbeth Caña Cadeza, afirmou que o assassinato de Roland Will foi "produto de uma ação combinada e premeditada com a intenção de internacionalizar o conflito".
Disse que a dependência a seu cargo consignou ante um juiz o regente de Segurança Pública do município conurbado de Santa Lucía, Abel Santiago Zárate, e o policial Orlando Manuel Aguilar Coello por sua suposta responsabilidade no tiroteio contra uma barricada da APPO no passado 27 de outubro.
No entanto, acrescentou, "as evidências e os resultados anexados à investigação" permitiram abrir uma segunda linha nas investigações, a qual "estabelece que Roland Will foi assassinado a queima-roupa”.
"Quem o matou era parte do mesmo grupo onde Roland Will se encontrava", assinalou, mas não imputou diretamente o crime aos membros da APPO, que participavam na barricada.
Enquanto isso, na reabertura da maioria das escolas do estado para o início do ano letivo de 2006-2007, houve alguns incidentes em alguns municípios e comunidades, principalmente nas regiões de Valles Centrales, Costa, Mixteca e Cañada, pela oposição de autoridades municipais priístas e pais de família a que os professores regressem às aulas depois de terem participado na jornada de luta em demanda pela destituição do governador Ulises Ruiz Ortiz.
Na cidade de Oaxaca, na escola secundária técnica número 1, a direção da escola retirou os cartões de assistência de seis professores que militam no Conselho Central de Luta (CCL), ao qual pertencia Jaime Calvo Aragón, assassinado em outubro passado.
Insinuações dolosas
Em conferência de imprensa, acompanhado de outros membros, o porta-voz da APPO disse que as supostas revelações das autoridades locais para pretender culpar o movimento popular pelo homicídio de Roland Will têm a intenção de lançar uma cortina de fumaça para descartar sua responsabilidade nos fatos.
Expôs que a agressão ao jornalista estadunidense na barricada da colônia Calicanto, pertencente ao município conurbado de Santa Lucía del Camino, foi feita por um grupo de pistoleiros com armas de fogo enviadas pelo vereador Manuel Martínez Feria, "como consta em fotografias e vídeos realizados pelos trabalhadores da imprensa que se encontravam cobrindo a informação" derivada da resistência popular.
Considerou que o assassinato "foi algo totalmente planejado com a idéia de consegui pressão internacional" sobre o presidente Vicente Fox para que este enviasse a Polícia Federal Preventiva a Oaxaca, como ordenou "o governo dos Estados Unidos".
Rechaçou a "acusação perversa" de envolver membros da APPO no crime e responsabilizou diretamente Ruiz Ortiz pelo assassinato, além do secretário geral de Governo, Heliodoro Díaz Escárraga; o secretário de Proteção Cidadã, Lino Celaya Luría, e o prefeito Martínez Feria.
Referiu que os simpatizantes da APPO socorreram o jornalista gravemente ferido em um automóvel particular, porque a Cruz Vermelha, “apesar das diversas chamadas de auxílio, não quis intervir por ordens do governo federal”.
Zoques bloqueiam estradas transístmica
Uns 300 indígenas zoques, integrantes da União de Comunidades Indígenas da Zona Norte do Istmo (Ucizoni) e da APPO, originários da comunidade de Lachivixuyu, município de Asunción Ixtaltepec, bloquearam a estrada transístmica Salina Cruz-Coatzacolacos, no povoado Casa Blanca de Chivela, para demandar a destituição de Ruiz Ortiz e a saída da PFP.
Tradução: Magão

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