Por quase quatro horas, agentes da Polícia Federal Preventiva (PFP) e simpatizantes da Assembléia Popular de Oaxaca (APPO) se enfrentaram nas ruas do centro histórico da cidade, com saldo de 53 intoxicados e ferimentos da parte dos membros do magistérios e populares, e ao menos cinco elementos da dita corporação (PFP).

Três dos simpatizantes da APPO sofreram lesões graves, e foram diagnosticados com traumatismo crânio-encefálico causados pelos golpes, um apresentou perfuração na perna causado por projétil de gás lacrimogênio. A maioria dos feridos foram atendidos no posto de auxílio instalado no Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca.

Depois do meio-dia, cerca de mil e quinhentos simpatizantes da APPO iniciaram uma marcha na estrada internacional Cristóbal Colón, em frente ao Instituto Estatal de Educação Pública de Oaxaca, para comemorar o início da Revolução Mexicana.

O confronto começou pouco tempo depois das 13:30 horas, quando ao chegar na esquina de Morelos e Garcia Vigil um grupo de jovens subio numa camionete encinerada - utilizada como proteção por agentes da PFP - para gritar palavras de ordem e cantar cantigas inônicas a fim de exigir a retirada dos elementos policiais e a destituição do governador Ulises Ruiz.

Nesse momento, segundo versões de participantes, do fundo da parede formada por policiais foi lançada uma pedra que acertou a cabeça de um dos manifestantes, provocando-lhe um grande ferimento. De imediato os manifestantes responderam arremessando pedras e garrafas de plástico.

Os agentes da PFP jogaram bombas de gás lacrimogênio para dispersa-los e em resposta os universitários que participam das barricadas localizadas nos arredores da cidade Universitária lançaraam fogos de artifício.

Em Morelos e Macedonio Alcalá começou um confronto que chegou ao ponto mais violento. Entre Murguía e Macedonio Alcalá, os simpatizantes da APPO se reagruparam e ofereceram resistência.

As ruas do centro histórico ficaram cobertas por gás lacrimogênio, que chegou nas escolas primarias localizadas a sete ruas da Praça da Constituição.

Os policiais, na tentativa de dispersar os simpatizantes do movimento, avançaram quase que uma quadra para que os gases lacrimogênios tivessem maior efeito, o que causou a retirada dos manifestantes até a esquina de Macedonio Acalá e Abasolo, a uma quadra da igreja de Santo Domingo, onde a APPO montou um plantão. Ali formaram uma barricada.

Manifestantes que portavam lançadores de fogos de artifício avançaram e em repetidas ações disparavam fogos para fazer a PFP retroceder. Dois deles, depois de mais de duas horas de disputa foram presos por policiais. Outros simpatizantes da APPO que participavam na linha de frente da

batalha também foram presos por agentes federais.

Segundo informações, de simpatizantes do movimento dos professores e populares, cerca de cinco policiais também sofreram lesões por pedradas e fogos de artifício. Um agente, que foi visto por jornalistas quando lançava uma bomba, teve ferimentos numa das mãos proveniente da bomba.

Depois de quinze horas, o confronto se estendeu por várias ruas, foi quando dois tanques avançaram pelas ruas 5 de maio e Garcia Vigil para tentar bloquear os simpatizantes da APPO.

Manifestantes jogaram pedras nas janelas do Hotel Camino Real, logo quando perceberam no teto do imóvel policiais jogando gás lacrimogênio. Em Garcia Vigil e Allende, os manifestantes queimaram um ônibus urbano para evitar a passagem do tanque.

Meia hora depois, Marcelino Coache, um dos porta-vozes da APPO, pediu para os simpatizantes na linha de batalha retrocenderem, porque um funcionário da Secretaria de Governo o comunicou que lhe daria um ultimato. Coache, acompanhado por alguns jornalistas, atravessou a linha de batalha e se dirigiu ruas abaixo para negociar uma trégua a pedido das forças federais. Depois de uma conversa com um oficial que não se identificou, conseguiu fechar com a retirada da PFP e a liberação de alguns dos presos.

Com isso as 16:30 horas, as forças federais iniciaram a retirada sobre Macedonio Alcalá e regressaram a sua posição inicial na esquina com Morales, além de liberar alguns dos presos. Os simpatizantes da APPO fizeram o mesmo e por volta das 17 horas passadas encerraram os confrontos.

No confronto, Francisco Olvera, fotógrafo de La Jornada, e o jornalista que assina esta nota foram perseguidos por agentes federais com armas nas mãos. Os fotógrafos das agências Efe e Reuters, Patricia Domíngues Juárez e Jorge Luis Plata, assim como a câmara da Tv Azteca, Alejandro Domínguez Juárez foram agredidos por elementos da PFP. Enquanto, o reporter da Universal Alejandro Torres teve ferimentos causados por estilhaços de gás lacrimogênio na perna esquerda, que não teve maiores consequencias.

Mais tarde, em conferência para imprensa, César Mateos, membro do Conselho Estatal da APPO, culpou a PFP por gerar o confronto agredindo uma marcha pacífica.

Informou que 15 simpatizantes da APPO foram detidos, sete dos quais foram liberados nas negociações com PFP. Os demais foram encaminhados as autoridades ministeriais. Destes últimos, é conhecido o nome de Eluid Martínez Sánchez, de 22 anos de idade.

tradução livre: Incendiári@s