quinta-feira, janeiro 11, 2007

Retomada as manifestaçoes em Oaxaca

Ao contrário do discurso oficial do governador Ulises Ruiz e de todos os esforços dos poderes estatais para restaurar um clima de "paz social", tudo indica que a suposta "normalidade" era mais um aspecto da crendice governamental do que realidade nas ruas de Oaxaca. Ontem, quarta-feira, 10/01, cerca de 10 mil pessoas, entre professores, estudantes, donas de casa, trabalhadores e indígenas, marcharam pelas ruas do centro da capital, partindo da Fuentes Siete Regiones até a Plaza de la Danza, retomando assim a jornada de lutas da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca, que havia sido interrompida provisoriamente.

Mesmo com a presença de forças repressivas, a marcha transcorreu de modo pacífico e novamente demonstrou a pluralidade dos atores e apoios envolvidos com o movimento. Chamou atençao o número expressivo de mulheres, crianças e idosos, nem todos representantes do coletivo de professores da seção XXII do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Educaçao (SNTE) e seus familiares, que gritavam palavras de ordem endossando a caída de Ulises como condição de diálogo com o governo e exigindo a libertação dos presos políticos, além do julgamento e punição dos crimes e atrocidades cometidos pelas forças policiais contra os manifestantes detidos. Há dois dias, o periódico mexicano La Jornada revelou que 15 dos presos políticos libertados recentemente foram violados sexualmente pelos policiais.

A atmosfera repressiva foi, aliás, um componente marcante da marcha de ontem. Além de o zocalo (centro histórico) continuar ocupado pelas forças de segurança, foi expressiva a presença de militares e policiais no local marcado para a concentração da marcha (veja as fotos). Alguns militares fotografavam e filmavam os manifestantes, numa tentativa explícita de identificação de lideranças da APPO.

Ao longo da marcha, os manifestantes refizeram as pichações que haviam sido toscamente cobertas pelo governo com tinta branca ou laranja nos últimos dias. É curioso observar como a tentativa do governo de apagar as exigências dos manifestantes inscritas nas paredes como marcas dos sete meses de batalha evidência o modus operadis das oligarquias oaxaquenhas para lidar com os conflitos sociais, privilegiando um tipo de solução ao mesmo tempo brutalmente repressiva e marcadamente inabilidosa.

Links::

CMI Chiapas | CMI México | EZLN | Centro de Medios Libres

em:

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/01/370553.shtml


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